segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Fantástica Fábrica de Chocolate II - O "day after"

Posso dizer que o projeto foi um sucesso. As crianças do bairro tiveram uma festa, os pais puderam comprar os ovos de páscoa e as mães aprenderam novos valores e adquiriram novos conhecimentos.

Fiquei muito feliz e ao mesmo tempo bastante surpreso com a ampla cobertura jornalística que nosso pequeno evento recebeu: três emissoras de TV, um jornal impresso, duas rádios e vários sites de notícias se interessaram pela história.

Nste sábado às 17 horas, estarei de novo no bairro para ajudar as mães a prestar contas, discutir com a comunidade a melhor forma de aplicar o dinheiro arrecadado com a venda dos ovos de páscoa e entregar os certificados de participação no mutirão de páscoa.

Peter Thomas Bauer, um renomado economista inglês, acreditava que reduzindo a interferência do Estado e dando liberdade para que os indivíduos produzam e comercializem seus produtos, eles mesmos melhorariam suas condições de vida sem depender da caridade alheia ou de governos paternalistas.

Duas mulheres do bairro já disseram que vão aproveitar os novos conhecimentos adquiridos e fazer chocolate artesanal para vender. Quem sabe, isso não sirva para começar uma reação em cadeia dentro da comunidade? Tomara que elas vendam muitos bombons e inspirem seus vizinhos a empreender!

Para quem quiser saber mais sobre Peter Thomas Bauer, recomendo este artigo: A visão liberal de Lord Bauer

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Fantástica Fábrica de Chocolate

Há coisa de uma semana, o Clube de Mães de um bairro carente da capital veio me procurar para saber se eu poderia ajudá-los doando ovos de páscoa para as crianças do bairro (cerca de 1500 meninos e meninas).

Expliquei a eles que essa não era essa minha linha de atuação. Acredito que aquele tipo de assistencialismo vem sendo feito por políticos tradicionais há muito tempo sem resultar em benefícios duradouros para a população mais carente.

Propus uma alternativa: E se ao invés de doar os ovos, eu conseguisse os materiais necessários (chocolate, formas, etc) e apoio técnico de uma profissional do ramo para que as próprias mães, em regime de mutirão, fizessem ovos de páscoa para seus filhos?

Além de garantir uma páscoa feliz, estas mães aprenderiam a trabalhar com chocolate e este aprendizado poderia se converter numa nova fonte de renda para elas.

Para minha felicidade, elas toparam o desafio, vários amigos e parceiros procurados por mim aceitaram contribuir com o projeto e uma senhora que trabalhava na Dolce Mundo no shopping, aceitou passar uma tarde ensinando as mães.

Tenho acompanhado o trabalho delas e a casa de uma das moradoras se converteu numa verdadeira fábrica de chocolate. Tudo feito com alto padrão de higiene e qualidade. No ritmo atual e se chuva ajudar, tenho certeza que o domingo de Páscoa deles terá um gosto todo especial (pra ser mais preciso 60% ao leite, 40% meio amargo... hehehe).

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Semana da árvore

Resolvi tomar parte nesta iniciativa por intermédio de um convite público feito pelo Cássio Rodrigues (até então um completo desconhecido e agora um amigo) na comunidade Campo Grande no orkut. A idéia era simples: reunir pessoas dispostas a acordar cedo no domingo para ajudar na distribuição de mudas e panfletos informativos em certos pontos da capital.

Passada a semana, acordei cedo no domingo e segui rumo ao desconhecido. Confesso que até deu vontade de ficar na cama, pois o tempo estava muito propício e afinal de contas era domingo! Uma voz na cabeça dizendo "assumiu o compromisso, vai ter que ir" me dissipou qualquer dúvida quanto ao que fazer.

Depois de tomar um bom banho, me vestir e fazer um rápido desjejum, posso dizer que a preguiça foi substituída pelo entusiasmo. Cheguei ao ponto de distribuição de mudas e mesmo não havendo placa ou qualquer outro tipo de aviso, não tive dificuldade em reconhecer aquela movimentação de pessoas como sendo aquilo que eu buscava.

Demoramos cerca de 3 horas para distribuir todas as mudas, mas nem pareceu demorar tanto. Do começo com esparsos curiosos que pararam os carros para perguntar do que se tratava até o congestionamento do final, foi tudo foi muito rápido e divertido.

Estou escrevendo este texto com o objetivo explícito de mostrar que qualquer um pode participar de iniciativas como essa, mesmo sabendo o quão manjado e pouco eficaz é fazê-lo, mas não vou desanimar e nem cair no discurso fácil de críticar quem não pode ou mesmo não quer fazer esse tipo de coisa.

Da minha parte, posso dizer que foi uma experiência muito válida e pretendo repeti-la sempre que a correria do dia a dia permitir. Não vou mudar o mundo assim. Tenho ciência de que sou uma gota num oceano, mas... o que é um oceano, senão a união de incontáveis gotas?

O poeta cubano José Martí disse certa vez que há três coisas que toda pessoa deveria fazer durante sua vida: ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore.


Neste domingo, eu plantei minha árvore.