segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Semana da árvore

Resolvi tomar parte nesta iniciativa por intermédio de um convite público feito pelo Cássio Rodrigues (até então um completo desconhecido e agora um amigo) na comunidade Campo Grande no orkut. A idéia era simples: reunir pessoas dispostas a acordar cedo no domingo para ajudar na distribuição de mudas e panfletos informativos em certos pontos da capital.

Passada a semana, acordei cedo no domingo e segui rumo ao desconhecido. Confesso que até deu vontade de ficar na cama, pois o tempo estava muito propício e afinal de contas era domingo! Uma voz na cabeça dizendo "assumiu o compromisso, vai ter que ir" me dissipou qualquer dúvida quanto ao que fazer.

Depois de tomar um bom banho, me vestir e fazer um rápido desjejum, posso dizer que a preguiça foi substituída pelo entusiasmo. Cheguei ao ponto de distribuição de mudas e mesmo não havendo placa ou qualquer outro tipo de aviso, não tive dificuldade em reconhecer aquela movimentação de pessoas como sendo aquilo que eu buscava.

Demoramos cerca de 3 horas para distribuir todas as mudas, mas nem pareceu demorar tanto. Do começo com esparsos curiosos que pararam os carros para perguntar do que se tratava até o congestionamento do final, foi tudo foi muito rápido e divertido.

Estou escrevendo este texto com o objetivo explícito de mostrar que qualquer um pode participar de iniciativas como essa, mesmo sabendo o quão manjado e pouco eficaz é fazê-lo, mas não vou desanimar e nem cair no discurso fácil de críticar quem não pode ou mesmo não quer fazer esse tipo de coisa.

Da minha parte, posso dizer que foi uma experiência muito válida e pretendo repeti-la sempre que a correria do dia a dia permitir. Não vou mudar o mundo assim. Tenho ciência de que sou uma gota num oceano, mas... o que é um oceano, senão a união de incontáveis gotas?

O poeta cubano José Martí disse certa vez que há três coisas que toda pessoa deveria fazer durante sua vida: ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore.


Neste domingo, eu plantei minha árvore.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ensinar a pescar é melhor do que dar o peixe

Li hoje, no Correio do Estado, matéria sobre o projeto de lei que pretende mudar os critérios do rateio do ICMS entre as prefeituras dos 78 municípios do estado. O embate entre forças ligadas aos pequenos municípios que não conseguem arcar com suas despesas e aquelas ligadas aos municípios detentores de maiores receitas continua num impasse.

Sendo aprovado, o projeto garantiria um fôlego adicional a municípios como Rio Negro, cuja folha de pagamento está beirando o quinto mês de atraso. Os recursos viriam dos municípios com maior arrecação para auxiliar os mais necessitados, por isso o projeto recebeu de seus opositores, o apelido de "Lei Robin Hood".

Os defensores do projeto dizem que a queda na arrecação da maior parte dos municípios a serem sacrificados será ínfima e aqueles que tiverem queda significativa poderão receber compensações.

Não sei se este deve ser o foco da discussão. Ninguém se pergunta sobre as razão da saúde financeira destes municípios? Será que o orçamento não está sendo mal administrado? Será que não há prefeitos dando "passo maior que a perna"? Será que não há casos de mau uso de dinheiro público?

Não acho justo sacrificar os municípios com maior arrecadação para que eles sustentem os munícipios retardatários. A medida é apenas paliativa. Caso entre em vigor, resolverá o problema por um tempo, mas não tardará o dia em que teremos que novamente mudar os critérios de distribuição do bolo, porque novamente as prefeituras de cidades menores não conseguiram arcar com suas despesas.

Este sistema de dependência cria um círculo vicioso e não ataca a raiz do problema. Uma solução definitiva passa não só por um estímulo a economia destes municípios de forma que possam gerar mais riqueza e consequentemente obter mais receita, mas também pela redução de gastos.

Porque não modificar o rateio de forma a criar um fundo cujo dinheiro seria utilizado para premiar as prefeituras que estivessem se empenhando em adotar práticas de boa gestão de seus recursos? Tanto cortando despesas desnecessárias quanto buscando ampliar receitas buscando novas vocações econômicas para seus municípios?

Ao condicionar a ajuda financeira à adoção de boas práticas no uso do dinheiro público, estaremos fazendo muito mais pela população destes municípios do que simplesmente tirando recursos de uns para dar aos outros.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

7 de Setembro - Fora Sarney

Eu fui e gostei de ter participado. Não tinha muita gente, mas o importante é que todos os que foram DEMONSTRARAM sua indignação de forma legítima. Não houve baderna, respeitamos o desfile, todos foram ordeiros e conseguimos passar nosso recado.

SOU REALISTA e não acho q pelo simples fato de distribuirmos panfletos e segurarmos bandeiras numa data histórica iremos mudar o Brasil, mas sei que esta uma das muitas forma de tentar melhoras as coisas.

Protestar é apenas uma das frentes de luta contra os maus políticos. Como muitos não se cansam de dizer, devemos escolher bem nossos representantes e cobrar resultados deles.

Nada disso funciona ou funciona muito pouco? Bom, mesmo assim prefiro fazer e ver se dá resultado do que não fazer nada e ter certeza de que não haverá resultado.

Tem um trecho do perfil no orkut do ex-Deputado Federal Waldir Neves (independente do que você pense dele) que cabe muito bem neste momento:

"...acredito que a participação polìtica consciente é o único meio que temos para mudar uma sociedade, pois não basta criticar. É preciso participar. Se você não participa, alguém que você não deseja decidirá em seu nome. A omissão é um dos maiores equìvocos do cidadão."

Uma outra coisa. Acho que temos que romper com 2 paradigmas:

1º - Não devemos desestimular pessoas de bem a serem políticas dizendo que vão ficar iguais aos outros políticos. Temos sim é que estimular a renovação com gente que queira fazer algo de bom para a sociedade e não apenas para si próprios.

2º - Ouvi muita gente se apressando a achar que tinha político envolvido com a manifestação. NÃO TINHA, mas e se tivesse, qual seria o problema disso? Não é exatamente TRABALHO que queremos dos políticos?

Agora... criticar político que rouba é uma coisa, mas criticar político que estimula o povo a manifestar insatisfação com aquilo que está errado na política? Pelo amor de Deus, pessoal!

Temos tanta ojeriza em PARECER massa de manobra dos outros que acabamos SENDO massa de manobra em questões mais importantes sem perceber, justamente por esse tipo de postura. Pense nisso.